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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nossas impressões sobre a Austrália

Angelo, Bernardo e Vânia
Fomos para a Austrália recentemente, em setembro de 2008. A real intenção era visitar nosso filho Bernardo, conhecido como Nardão, 21 anos completados em setembro, músico, surfista e gourmet, que está morando em Sydney desde dezembro de 2007. A saudade foi o maior motivador da viagem e, claro, a vontade de conhecer um continente novo… Aliás, para nós, viajar para o exterior requer preparo físico, mental e alguma grana.

Tudo pode ser resumido em uma frase: adoramos a Austrália, primeiríssimo mundo mesmo.
Bom, em primeiro lugar, a Austrália é longe, muito longe daqui, fomos eu e meu marido (Ângelo) via companhia aérea Emirates Árabes, uma empresa aérea super nova no mercado, desconhecida pela maioria dos brasileiros.

Pôr-do-sol em uma praia australiana
A viagem de Porto Alegre (onde moro) até Sydney levou aproximadamente 28 horas com uma conexão em Dubai (Emirados Árabes). Pois é, quando saímos da América do Sul em direção ao continente asiático a sensação é a de que estamos avançando o tempo, e que está sempre anoitecendo. Aliás, muito estranha esta viagem, pois dentro da aeronave amanhecia e anoitecia em questão de poucas horas. Uma verdadeira loucura em termos de mudança física e mental, em função do fuso horário.

Bom, finalmente chegamos na Austrália. A imigração foi tranqüila porque temos a cidadania européia (italiana), mas para quem é brasileiro passa por uma fila enorme para preencher alguns formulários e perguntam tudo, desde o que fez nas últimas 24 horas, enfim, ufa, passamos.

Encontramos Nardão super bem, barbudo, recém chegado da Indonésia, super bronzeado. Ao pisar no lado de fora do aeroporto, a primeira lição, tem-se que locar um carro. Sydney é muito grande, uma verdadeira metrópole, andar de metrô, ou mesmo de ônibus, além de ser caro, também é demorado. Então tivemos que locar um carro por todo o período que estaríamos por lá. Um Toyota Corolla 1.8 automático. Para locar o carro é necessário ter 21 completos, então a locação teve que ser feita em nome do Angelo porque faltavam poucos dias para o Bernardo completar. Ele poderia dirigir, mas não poderia locar no nome dele. O Angelo dirigiu um pouco, mas não muito. Depois a direção ficou com o Bernardo. A gasolina é barata. Outro ponto em destaque é a direção dos automóveis que é na direita, sistema inglês. Então para os brasileiros fica difícil dirigir se for contabilizar, ainda, andar pela direção contrária, rodando pela pista da esquerda.

Já na saída outra despesa, sem navegador de bordo (GPS) nem pensar em andar por Sydney, a cidade é gigantesca, são vários túneis e estradas, até mesmo o navegador errava, engraçado isto… Dirigi um pouco mas não muito. Depois deixei a direção para nosso filho, que, aliás, está dirigindo muito bem, mesmo com a direção pelo lado contrário. A gasolina é barata.

Na primeira hospedagem ficamos em Manly, uma praia ótima, uma das mais famosas de Sydney. Hospedamos em um hostel. Para quem não sabe hostel é a denominação de um hotel voltado para estudantes, jovens, mas tem muita gente de outras idades que curtem este tipo de hospedagem. Porque une um preço camarada com gente jovem e liberdade para circular nas dependências do hotel, utilizando a cozinha comunitária e outras áreas de lazer. Sem contar que você convive com inúmeras pessoas do mundo inteiro.

Topless na praia... rsrsrs... O contato com a natureza é direto!
A segunda hospedagem foi em outra praia belíssima, Colaroy, com o mesmo sistema de hostel. Hospedamos em duas praias, mas deu para conhecer muitas, pela liberdade de locomoção em função do aluguel do carro. Conheci uma outra cidade, além da grande Sydney, chamada Newcastle. Era final de inverno e início de primavera, que nem aqui. Deu para ver alguns top less nas praias.

Durante o mês de setembro que ficamos na Austrália, mais precisamente em Sydney, deu para perceber os seguintes pontos interessantes:
  • O povo australiano, principalmente os moradores de Sydney, são extremamente simpáticos, uma mistura de irlandês com alemão. Até porque a Austrália foi colonizada por ingleses. Não sentimos em momento algum, a tal “xenofobia” por estrangeiros, situação esta que ocorre com muita freqüência em alguns países europeus.
  • Não é fácil entender o inglês falado na Austrália, parece pior que o falado na Irlanda. Enfim, mesmo para aqueles que falam fluentemente a língua inglesa, tem que levar um tempo para entender o povo australiano.
  • O inglês do nosso filho está excelente, consegue se comunicar muito bem, ficamos orgulhosos. Visitamos algumas escolas de inglês (para trazer informações referentes ao negócio de nosso outro filho, que é uma agência de intercâmbio estudantil) e ele foi nosso intérprete, quando necessário. Visitamos, também, a Universidade que ele pretende estudar no ano que vem.
  • Ele já trabalhou em uma madeireira, juntou dinheiro e foi para a Indonésia. Atualmente ele está trabalhando na área rural, pois tem que cumprir um prazo lá, por exigência do visto australiano. Ele voltará para cá no final de 2008, retornando para lá em 2009, para fins de estudo.
  • Brasileiros por lá têm muitos, mas muitos. A maioria está trabalhando em serviços mais comuns como na construção civil, restaurantes, jardins, baby sister, faxina, enfim são trabalhos muito valorizados na Austrália. Aprendemos, também, que as profissões em alta lá estão justamente na área de serviços como lavanderias, mecânicas, bares e restaurantes, cabeleireiras, massagistas, pedreiros, eletricistas e encanadores. Tem até cursos profissionalizantes para isto e quem se destaca nestas profissões consideradas comuns aqui no Brasil pode, com o tempo, até obter a cidadania australiana.
  • O verde predomina na Austrália, aliás, a floresta de eucaliptos é uma constante nas estradas. A vegetação é estranha, tipo um arbusto muito conhecido aqui no Sul como o “maricá” mais eucalipto, enfim, muito verde. Os pássaros são abundantes, principalmente na vegetação próxima às praias. São pássaros escuros, sem muita penugem colorida e alguns soltam uns grunhidos estranhos.
  • O oceano pacífico é de um azul escuro, muito brilhante, que mescla com um tom mais claro. O contraste interessante é justamente o azul com o branco das areias das praias. As praias são belíssimas e limpas e deu para entender que Sydney é uma mistura das praias de Santa Catarina, com a beleza e o astral do Rio de Janeiro, contrastando com o centro que tem muito de Manhattan – Nova York. Só que bem melhor porque na Austrália deu para perceber que o fator segurança é super valorizado. Não tem assaltos e nem roubos. As casas e os edifícios não têm muros, apenas pequenas divisórias de terreno de ½ m ou 1 m de altura. E também não tem grades. Nesse sentido é o Brasil de 40 anos atrás. As casas de praia aqui no Sul não tinham grades nem cercas. A maioria das casas e dos edifícios foi construída sem garagem. Durante o dia os estacionamentos são nas ruas, todas com parquímetro. E à noite a rua é liberada para estacionamento free. Os carros (BMW, Audi, etc.) ficam na rua e ninguém mexe. Tudo é organizado, a lei é aplicada e quem não se enquadra se dá muito mal.
  • A parte central de Sydney eles chamam de City (que é o equivalente ao Down Town dos americanos), onde ficam os edifícios altos e bonitos, e o centro econômico, além da ponte famosa (Harbour) e a Ópera House. Mas a Grande Sydney é composta de mais de 20 praias, distanciadas a 1/2 hora de barco ou de carro, sendo que algumas ficam a mais de uma hora de distância do Centro.
  • Eu não conhecia barreira de corais. Acabei vendo por lá mesmo, tem algumas praias que possuem a tal barreira de corais, vimos somente do alto, mas deu para perceber que é lindo demais… Vi somente as pedras. Deve ser uma loucura mergulhar nas águas do oceano pacífico.
  • O esporte preferido dos australianos, adivinha? Isto mesmo, o surf. Não tem vez para os outros, a sensação é que todos surfam dos oito aos oitenta. Mas vi também campos de golfe, parapente e outros esportes.
  • Visitamos o Australian Reptil Park. Tinha aligators enormes, cangurus, coalas, serpentes, morcegos e um monte de outros bichos. Uma passeio que vale muito, mas muito a pena.
  • Outro passeio ótimo é a subida na Torre que fica na City, em Sydney, com vista panorâmica de toda a cidade, 360 graus.
  • A comida não é barata não. Para quem curte fazer alguns pratos vai se dar bem na Austrália. A maioria do pessoal que reside em Sydney acaba fazendo um lanche na hora do almoço e o jantar é feito em casa. Mas o número de restaurantes não é grande, vimos muitas cadeias de fast food. O supermercado é variado, nossa! Tem até carne de canguru para vender. Mas a maioria do pessoal que reside lá come a carne de carneiro, que também é saborosa. O tal sanduíche barbecue é o canal, uma espécie de pão sírio recheado de salada e carne.
  • Festas, engraçado, a Austrália é uma grande festa. A sensação é que você está em férias, mas o teu vizinho também e a cidade inteira… A alegria é contagiante. Logo, se você está em férias, as baladas acontecem. Bom, estivemos em algumas festas, nada de anormal, aliás, muito parecidas com as brasileiras. Somente com um diferencial, algumas mulheres australianas se fantasiam para ir para às danceterias. A noite australiana também é povoada de barbies, bruxas, fadinhas, madonnas, enfim, o jardim zoológico sem grades.
  • E a economia, é caro viver na Austrália? Digo, com a maior certeza, não é não. Basta trabalhar e ganhar em dólares australianos. Todas as pessoas têm empregos, vivem bem em suas casas e andam com automóveis novos. Aliás, não tem carros velhos andando nas ruas, pois a polícia recolhe o veículo.

A pergunta final: vale a pena visitar a Austrália? E a resposta é esta: SIM. Muito, mas muito, afinal a Austrália é um paraíso. Para aqueles que curtem mar, sol e povo educado, a Austrália é um centro de excelência para o mundo todo porque respeita o ser humano e o desenvolvimento sustentável que passa pelo ambiental, social e econômico.

Texto por: Vânia e Ângelo Moletta
25 de novembro de 2008

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